Agenda Estratégica estima crescimento do setor de florestas plantadas até 2014

08/10/09

Diante das incertezas trazidas pela crise financeira internacional, adotamos como princípio básico para a prospecção de cenários futuros, para a elaboração da Agenda Estratégica do Setor de Florestas Plantadas 2009 , o horizonte de 5 anos, tendo em vista as incertezas quanto aos horizontes de 10 anos e mais.

Celulose e Papel

A produção de celulose em 2008 atingiu a marca de 12,8 milhões de toneladas, e os empreendimentos anunciados pelas principais empresas do setor, ao final de 2007 e no primeiro trimestre de 2008, previam uma ampliação global de capacidade que atingia 14,3 milhões de toneladas, portanto mais do que dobrando a capacidade atual, e acarretando uma grande expansão das florestas plantadas em áreas novas.

Com a crise financeira desencadeada ao final de 2008, praticamente todos os empreendimentos anunciados foram postergados e até mesmo cancelados, não embora já comecem a surgir sinais de retomada de alguns, a projeção de plantio de florestas destinadas à produção de celulose é ainda muito modesta.

As informações fornecidas pela BRACELPA – Associação Brasileira de Celulose e Papel prevêm um crescimento de 240.000 hectares em áreas novas de eucalipto e pinus até 2014, utilizando-se um fator de consumo de 4,3 metros cúbicos de madeira/ano para cada tonelada de celulose produzida, e um incremento médio anual (IMA) de 40 metros cúbicos de madeira por hectare.ano

Painéis de Madeira Reconstituída

O setor de painéis de madeira reconstituída apresentou um grande crescimento nos últimos 10 anos, crescendo de pouco mais de 1,5 milhões de m3/ano em 1999, para cerca de 8,1 milhões de m3/ano em 2009, ou seja um crescimento de 500% no período.

Conforme informações da ABIPA, o setor projeta ainda para os próximos 4 anos novas unidades de produção de MDF (medium density fiberboard) e de MDP (medium density particleboard), crescendo dos atuais 8,1 milhões para 11,7 milhões em 2012, e requerendo um crescimento de 230 mil hectares em novas áreas florestais, utilizando-se um fator médio de consumo variando no período entre 2008 e 2012 de 1,83 a 1,74 m3 de madeira para 1 m3 de painéis (ponderados entre MDP e MDF), e um IMA de 25 m3 de madeira/ha.ano.

Siderurgia a carvão vegetal

O setor de siderurgia a carvão vegetal tem unidades de produção predominantemente em Minas Gerais, mas também no Pará e Maranhão (integrados ao polo siderúrgico de Carajás) e em Mato Grosso do Sul/Corumbá, e apresenta um grande déficit de carvão vegetal originário de florestas plantadas, estimado em 14,7 milhões de metros cúbicos de carvão no período 2005 a 2009.

Todavia, as empresas e a Associação Mineira de Silvicultura (AMS) em conjunto com o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais criaram o “Pacto de Sustentabilidade” que propõe, dentre outras medidas, a utilização de carvão vegetal apenas de florestas plantadas no prazo de 9 anos.

O “Pacto de Sustentabilidade” serviu de base para a aprovação do Projeto de Lei 2771 de 2008 em agosto de 2009 , na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que será submetido à sanção do Governo de Minas Gerais, e prevê que em 9 anos 95% de toda a necessidade de madeira para carvoejamento seja suprida somente com madeira originada de florestas plantadas.

Segundo dados fornecidos pela AMS e pelas grandes empresas do setor, no período de 2010 a 2014 as empresas siderúrgicas a carvão vegetal deverão ampliar sua demanda de carvão para 35,8 milhões de metros cúbicos de carvão, o que irá requerer uma ampliação de 790 mil hectares de florestas plantadas em novas áreas, utilizando-se um fator de 1,43 metro cúbico de madeira de florestas de eucalipto para 1 metro cúbico de carvão vegetal, e um IMA de 20 m3 de madeira/ha.ano.

Produtores independentes

Os produtores independentes cultivam florestas plantadas, sem estarem diretamente integrados às indústrias consumidoras da madeira produzida, fornecendo a madeira ao mercado, seja através de contrato de fornecimento ou de outras modalidades. O instrumento que tem apresentado maior crescimento no país são os fundos de investimentos em ativos florestais, oriundos de fundos de pensão e fundos florestais especificamente constituídos para este fim, com diferentes origens, entre capital estrangeiro e nacional, muitos ainda em processo de desenvolvimento e consolidação, e estão voltados principalmente para a formação de ativos florestais de rápido crescimento não necessariamente associadas a projetos industriais.

Os fundos de investimento podem ou não ser geridos pelas chamadas TIMOs (Timberland Investment Management Organizations) ou por empresas especializadas em gestão florestal. Em alguns casos, as TIMOs podem, elas mesmas, dispor de fundos próprios de investimento em florestas, e têm sido uma forma de organização de investidores de êxito no Brasil, principalmente na Região Sul do país, com ativos compostos por florestas plantadas de pinus. A despeito da crise atual, existe a perspectiva de que a atuação destas organizações no Brasil aumente nos próximos anos.

A previsão de crescimento dos produtores independentes nos próximos cinco anos, afetada também pela crise financeira e seus reflexos nos diversos setores consumidores de madeira originada de florestas plantadas, atinge valores acima de 200.000 hectares, tendo sido adotado este valor para o cenário de 5 anos.

Crescimento projetado de novas áreas de florestas plantadas para o

período 2010 – 2014

Fontes: ABRAF, ABIPA, AMS, BRACELPA

Em termos percentuais a projeção de crescimento para 2014 apresenta os valores

constantes:

– Celulose e papel + 240.000 ha

– Painéis de madeira + 220.000 ha

– Siderurgia a carvão vegetal + 780.000 ha

– Produtores independentes + 200.000 ha

Total 1.440.000 ha

Quadro 2.2 – Estimativa de crescimento 2010 – 2014

Fonte: ABRAF, ABIPA, AMS, BRACELPA

 

ÁREA EM 2008: 6.120.000 ha

CRESCIMENTO 2009-2014: 1.440.000 ha

ÁREA EM 2012: 7.560.000 ha

TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL: 4,3 %

fonte: Agenda Estratégica do Setor de Florestas Plantadas

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